A tela azul
A tela azul sobre a qual depositamos o quotidiano dos nossos olhos cansados não nos oferece resposta para nenhuma das nossas indagações. Mas ainda assim, voltamos a ela no final de cada dia, como os pássaros que buscam sempre a mesmo ramo de árvore para dormir.
A tela azul que dilapida os nossos olhos, não nos oferece o ruído dos cafés esquecidos que ainda podemos encontrar no centro de alguma cidade da península, mas não importa, é a ela que, à noite, brindamos o dia que se foi na expectativa daquele que ainda vem.
A tela azul, eléctrica de mil luzes, sorvedouro e fonte contemporâneos das nossas ancestrais necessidades.