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A mostrar mensagens de julho, 2011

Tammuz

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Os historiadores discutem , ainda hoje, se eram de tijolos ou pedras, as bases que sustentavam os preciosos jardins mandados construir por Nabucodonosor II naquela Babilónia que via, reflectida no Eufrates, o esplendor da sua glória. A pouca documentação existente serve para ocultar a história viva que se faz no silêncio, no dia-a-dia. Nada sabem os historiadores da morte do jovem Binah que não falava o acádio, e era chamado de “o louco” pelos capatazes do rei; à noite, depois dos trabalhos forçados, ele chorava a falta da sua Jerusalém natal. Nada sabem sobre Tammuz, o jardineiro do rei que sonhava, na sua cabeça acordada, com a mescla de cores, formas e aromas das plantas que surpreenderiam não somente a vaidade do rei, mas maravilhariam a posteridade. Alguma coisa sabem do sangue, das guerras de invasão e dos fraticídios. Mas nunca saberão da amizade que existia entre o jardineiro Tammuz e o escravo Binah, e de como a morte deste plantou uma silenciosa pedra no húmido coração do ja