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A mostrar mensagens de fevereiro, 2014

lletraferit

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...Sobirà   lletraferit , li és atribuïda la   cantiga d’amigo més antiga que es coneix. Gran Encicloplèdia Catalana. Lisboa, Outono de 2005. Simplesmente não conseguia terminar a minha investigação. E ao invés de trabalhar com rigor naquilo que me pedia o estudo, a minha pulsão fugia para a poesia. Escrevia-te convulsivamente poemas – eu era um Etna em erupção. E em baladas fingidas, simulava a atmosfera perdida dos anos 80, me afogava em vodca barata e dançava como um ídolo pagão. Por vezes amanhecia na história particular de algum desconhecido, conversando numa língua estrangeira. E da cama, a minha mirada podia alcançar a outra margem do rio ou um telhado que envelhecia. Não me importava dizer adeus a um estranho. Vestia-me, estava na minha cidade e caminhava pelas ruas a perguntar-me “porque não na tua história?" Passavam os dias e os textos me ardiam pelo corpo como tatuagens vivas, amarrotados nos fundos dos bolsos. “Digo-te uma coisa, se eu o encont

How are things in Glocca Morra?

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How Are Things in Glocca Morra? Wynton Marsalis, Standard Time Vol. 3: The Resolution Of Romance, faixa 11.                                                                                         É bom saber que segues cartografando o mundo com os instrumentos que fazem de ti uma espécie de mago. É verdade que o plátano, a pedra, as águas e os pássaros que sempre estiveram ali, erigidos como monumentos à minha frente desde sempre, só os vi com interesse quando pronunciaste: “plátano, pedra, águas e pássaros”. É bom saber que esta terra que sustentou os nossos pés ainda é capaz de ser fecundada pela memória, revelando a visão de um mundo que pulsava ao compasso do desejo compartilhado, secreto, marginal, roubado às atividades produtivas do capitalismo  e às normas do comportamento burguês. Sempre falávamos em assaltar um banco, gastar tudo e morrer de sede, juntos, no precipício de algum deserto. Neste movimento que nos coreografa a reminiscência ainda estamos