Coisas quotidianas: a fatura

Sabes aquele pássaro de asa quebrada, assustado, que manténs aprisionado no sótão da tua consciência? Sabes aquela carta escrita, há anos, que nunca enviaste ao destinatário e sequer assinaste? Sabes aquele beijo que faria toda a diferença no enredo do antigo romance? Sabes a palavra maldita que nunca disseste e que te fere a garganta como uma espinha de aço inoxidável? Sabes, a fatura acabou de chegar.

Comentários

Sun Iou Miou disse…
Bem sei... mas sem lhe querer tirar beleza à imagem e mesmo assim tirando-lha inevitavelmente, a espinha que a mim me fere reside na boca do estômago e é de ferro, de ferro enferrujado. No que diz respeito à fatura, vou-a pagando em incómodos prazos e na morte do pássaro liberado.

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