Coisas quotidianas: o rio

Para algumas coisas a explicação não basta, e a revelação não significa a conclusão de um sentimento, e menos ainda da ideia de uma emoção. À mesa do almoço, depois de uma opinião exacerbada perguntaste-me porque é que gostava de ti. E eu não te soube responder porque na verdade cedi sob um turbilhão de imagens: o vinho em promoção do supermercado do bairro que é sempre bom quando bebido contigo, o barítono da tua voz a falar sobre as propriedades da luz e seus efeitos nas plantas da varanda, e este rio Arga à porta de casa com o seu presto con brio. Agora percebo que tipo de história posso contar quando convocado por estas imagens.
- Mas não, não te iludas comigo, eu não posso explicar porque é que te amo.

Comentários

Sun Iou Miou disse…
Não permitas nunca que o rio se torne coisa quotidiana.
gamine disse…
Meu querido,
Será que você está recebendo meus e-mails?
Só quero saber se você está bem.
Te gosto muito.
Raquel
Foi bom encontrar-te por aqui... um grande abraço... e nem nos despedimos...

Paulo Dionísio

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