Caderno de anotações

A paisagem plana com o que resta de sol sobre Castilha e León. O sol é metade de uma gema. Duas linhas verticais e assimétricas cortam o horizonte: penso no poema que tenho de acabar. Os resultados das análises médicas não indicam nenhuma doença. O sol é um traço do que foi. Volto a pensar no poema inacabado. Conversamos sobre o meu pai, morto, e choro. O poema, esse, ainda vive na sua incerteza. Chegámos a Salamanca, eu feliz ao teu lado. Ainda não cheguei ao poema, e nem fui assaltado por ele. É assim, acontece.

Comentários

Sun Iou Miou disse…
Os poemas assaltam assim sem avisar, pela estrada fora, e às vezes extraviam-se no caminho no instante preciso em que o olhar pousa no sol que está e já não esta.

(Gostei de te ouvir regressar pela calada e que as análises médicas não revelassem doença nenhuma.)
Sofia disse…
ooooooooo que xique..
Mudou o visual do blog, ficou bem melhor.
Poxa eu quereria ver esse poema...
Esses saão os mais belos.
CHegam de repente e levam tudo nosso embora....

Abraço forte!

meu blog agora é...

www.sofianegra.blogspot.com
Bárbara disse…
que linda arte de escrever de não escrever!
Da sua antiga fã, Bárbara

Mensagens populares deste blogue

A quarentena

2011 e o nada

Naharros de Valdunciel (Salamanca)