A moeda de bronze
Respondo sim porque exactamente agora mesmo padeço do mesmo mal. Estou aqui às voltas com um texto sobre o outono e não me sai nada.
Respondo sim para te dizer que compartilho da mesma perturbação, em pensar que não tenho nada relevante a dizer por escrito, de me ver assim, como que cercado por algo que não tem uma forma, odor, espessura ou nenhuma outra categoria do palpável e traduzível.
Respondo sim porque apesar de tudo, desse nosso intento angustiante de querer traduzir a natureza humana, não vemos os surpreendentes eventos dessa Natureza maior que muda a sua moeda de troca, que paga em bronze as facturas do outono.
Respondo sim, e me escoro em Apollinaire, autonme malade et adoré..., enquanto não encontro um nome para esta nova ferida que surge na superfície cansada da minha língua. Somos os dois, somos muitos mais, os que moram no topo do vulcão.
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