O navio de espelhos



Há meses dura essa despedida de Lisboa. Eu não tinha ideia que encontraria sempre nos momentos de menor descuido: dentro de um livro gasto, na forma de um postal esquecido no fundo do armário ou aqui, nas infinitas imagens desse espelho virtual que é... a net. Bajo el cielo azul de Pamplona, echo de menos el discurso lleno de gaviotas entre el Tajo y Lisboa.

Comentários

Sun Iou Miou disse…
Hoje fui almoçar a Vila Praia de Âncora e enquanto contemplava o Atlântico lembrei-me de ti. Se te quisesse enviar um postal numa garrafa, achas que chegava até Pamplona a cavalgar em ondas de saudade?

(Bela a música, belo o poema e bela a voz do Cesariny: depois, quem não prolonga as despedidas até o nunca máis?)
Oscar Mourave disse…
Claro que sim, que chegava. Mas essa tua garrafa teria de vencer algumas leis da hidrodinâmica. Descer o Minho em direcção ao Atlântico e, em direcção ao sul, costear Portugal, entrar pelo estreito de Gibraltar e, ali, buscar entre os muitos rios que lá deixam tributo, o Ebro. Bom, e aqui, essa garrafa de saudades faria a sua maior proeza, subir o Ebro ao encontro do Arga, entrar nele, de preferência em noite de lua cheia como fizeram os vikings, e subi-lo até Pamplona. Quando chegar perto da velha ponte de San Pedro (por onde passa a perigrinagem que vem de França), a garrafinha pode encalhar entre as pedras que vou lá buscar.
Anónimo disse…
Despedidas, sempre elas! Bjs do Pequeno Buda!

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